Subiu para brigar.

Até os grandes já tiveram aqueles dias.

Nomeie 13 tretas, chiliques e discussõe que já rolaram nos grandes e pequenos palcos.

13.

Dave Mustaine vs Laser.

Muitas coisas erradas aconteceram no “revival” do festival de Woodstock em 1999. Foram tantas que até as pequenas deram o que falar. Como nosso amigo Dave interrompendo o show do Magadeth para dar uma bela dura em alguma criança que mirava uma caneta laser em seus olhos. Será que com o Metallica seria diferente?

12.

Paul Stanley vs. Laser

No mesmo ano, mas não no mesmo festival a mesma brincadeira tirou do sério o guitarrista do Kiss Paul Stanley, a música pode não ser tão pesada, mas diferente do Dave a bronca foi.

11.

Grag Graffin perde a paciência.

Apesar de ser o líder de uma banda punk renomeada como o Bad Religion, Grag é conhecido como um cara tranquilo, sério e engajado, que prefere uma argumentação civilizada antes de partir para a porrada. Mas contra um fã chato desses perder a linha é até compreensivo, reparem como ele pega o infeliz pelo cangote e empurra para a fora do palco, palmas!

10.

Kurt Cobain quase apanha do segurança.

O Nirvana nunca foi uma banda para lugares muito pequenos, mas no começo era isso ou nada. Da mesma forma isso nunca impediu Kurt de extravasar sua energia no palco, desta vez depois de pular na platéia o segurança Hell Angel aposentado puxou o Kurt de volta, só foi pelo cabelo.

9.

Uma garrafada, mas o show tem que continuar.

The Jesus Lizard foi uma banda de noise rock dos anos 90. Seu vocalista, David Yow era conhecido como o filho bastardo do Iggy Pop, o video a seguir só confirma isso.

8.

Outra garrafada? Não dessa vez motherfucker!

Sebastian Bath pode até ser um vocalista magricela de calças apertadas, mas pelo jeito, quem mexia com ele conhecia primeiro a sua botas.

7.

Scott Weiland roda a baiana. 

Se você achou a outra reação exagerada, ai de você se você sequer derramar cerveja no palco do Stone temple Pilots.

6.

Falando em cerveja, a saidera, por favor.

O coitado do Angus tomou um banho, pelo menos ele torceu o nariz do babaca que jogou, é isso ai.

5.

Henry Rollins desse a porrada em fã sem descer do palco.

Henry Rollins no palco com o Black Flag, precisa dizer alguma coisa?

4.

Fall out boy fall out the stage.

Uma banda até pode parecer fofa, mas como todos sabem, merda acontece. Com direito aos próprios seguranças começam a se baterem em cima do palco. Calma, eu acho que vocalista de franja saiu ileso.

3.

Lavanda a roupa e o chão com a cara do seu amigo ainda em cima do palco.

Brian Jonestown Massacre, era tipo um Oasis. O problema era que os seus membros não esperavam o show acabar para se bater.

2.

E este pobre fã.

Que só queria um abraço e acabou descobrindo que nunca se deve interromper um show do Tool.

1.

Axl Rose causa confusão generalizada.

Mas é claro, não poderia faltar, nosso amado vocalista do Guns and Roses. Axl se irritou com um fã finalizando na platéia, pediu para o segurança tirar o cara, não satisfeito desceu do palco para a porrada, e não satisfeito ainda encerrou o show ali mesmo, a platéia não gostou e destruiu tudo. Se não tiver saco de para ver tudo, só pular para o final.

O que foi o Zen Arcade?

Conhece o Zen Arcade álbum da banda Hüsker Dü? Não me diga que você não conhece. Tudo bem, vamos nos localizar aqui.

Gosta de Replecements? Também não conhece ? Ok, Soul Asylum você deve conhecer. Não?! São aqueles caras que cantam “Runaway Train”, hit que rola nas rádios até hoje. Tá bom, Nirvana você conhece né? Aí sim.

Agora você, ouvinte de Nirvana, que ama Nirvana, que já ouviu quase tudo do Nirvana que tem camiseta dos caras com aquele smile (do Nirvana), que baixou o Nevermind da banda Nirvana pois não quer gastar grana com cds (que aliás poderiam ser mais baratos hoje em dia). Agradeça o Hüsker Dü por existir..Nirvana.

Hüsker Dü foi uma banda de hardcore norte-americana. Formada em Minneapolis no Estado de Minnesota. Eu tenho coragem de a apelidar como a primeira Seattle conhecida. Devido a grande massa de bandas de rock alternativo que nasciam por lá. Esse gênero nem tinha esse nome.

Hüsker Dü foi uma delas. Originalmente uma banda de hardcore influenciada por cenas do mesmo gênero de dois estados: de Washington DC (Bad Brains e Screamers) e Califórnia (Black Flag e Circle Jerks).

A banda lançou seus primeiros três álbuns pela SST (gravadora do guitarrista do Black Flag) na primeira metade dos anos 80. Para depois encontrar uma sonoridade quase única até o momento com o lançamento do Zen Arcade (1984), fundindo gêneros do rock psicodélico dos anos 60 com o punk rock de bandas dos anos 70. Um equilíbrio perfeito entre dois gêneros quase opostos, estilo que continuaria em seus próximos álbuns.

Virou um símbolo do underground, colocando a banda na estrada e por ventura inspirando outras bandas a fazer uma sonoridade similar. Primeiro aqueles que estavam por perto: The Replecements e Soul Asylum. Lembra? Do começo do artigo. Essas duas bandas também eram de Minneapolis, pois é, eles começaram à mudar o som deles e consequentemente uma banda atrás da outra um dia finalmente chegando aos ouvidos de Kurt Cobain em algum lugar no final dos anos 80, Kurt Gostou, e aí estava uma inspiração que o ajudaria a compor aquele álbum bem conhecido conhece bem que chegou a desbancar até o Michael Jackson.

Gosta de Nirvana? Cave mais fundo, escute Hüsker Dü.

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Nirvana: Último show em Los Angeles.

Vinte anos depois de estar no fundo armário, imagens raras do ultimo show em Los Angeles da notória banda que marcou os anos 90 finalmente veem a luz do dia. Gravados pela documentarista, Dave Markey, as cenas mostram o final do show no LA Forum, onde banda encerra ainda com a vibe do acústico gravado semanas antes em Nova York.

Tracklist:

–  Jesus Doesn’t Want me For Sunbean (cover dos Vaselines, dedicada ao Ator River Phoenix, vitima de overdose um mês antes do show, muito conhecido entre músicos na cena de rock alternativo).

The Man Who Sold the World (cover de David Bowie).

All Apolgies. (In Utero).

Um pouco de Ramones no seu hambúrguer para dar sustança.

Ah..os Ramones. Como não falar daqueles que muito influenciaram no mundo do rock. Do bom até o ruim. Para todos os males, Ramones!

Amava ouvir aquelas canções de três riffs quando adolescente, ouvia muito, ouvia tanto que enjoei. Sim isso acontece até como bandas como os Ramones. Um enjoo importante pois só assim pude gostar deles de verdade, quando eles voltaram para a minha playlist.

Comecei a me interessar bastante pelos caras, e comecei a querer conhecer um pouco da história deles. Aí vai, um pouco de Ramones que você não conhecia:

Dee Dee, caindo fora dos Ramones, para algo quase grandioso.

Dee Dee, o baixista maluco deixou a banda em 1989. Isso todos sabem. O que nem todo mundo sabe é que cara não saiu apenas para fazer uma carreira solo, mas uma carreira solo no hip-hop. Isso mesmo, a linguagem das ruas mano.

Dee Dee pirou no movimento que crescia nos Estados Unidos e pensou que poderia rimar também. Cômico, se não trágico, foi o mesmo a perceber que não levava jeito para a coisa. Seu álbum: Standing in the Spotlight, foi um fracasso em vendas e tido como um dois piores álbuns da história. Um golpe duro na vida do Dee Dee. Que voltou a se dedicar ao o que ele sabia fazer de melhor, o punk!

Aqui era a terra deles e ao mesmo tempo não era.

Inexplicável era o tamanho do sucesso dos Ramones na América Latina. Veja bem, lá na gringa os caras tocavam em bares e em casa pequenas, até mesmo no pico da carreira. Mas aqui o bicho pegava. No Brasil eles lotavam casas bem grandes e na Argentina nem se fala, eles lotavam estádios! Os hermanos gostavam mesmo dos caras. Eles eram celebridades, e eles adoravam isso. Até o Johnny Ramone, guitarrista que amava sua pátria e comia apenas hambúrguer, deve mudado de opinião ao ter sentido o calor dos fãs latinos realmente os idolatrando.

In It for the Money.

Apesar da banda ter uma imagem de “família” com poucas saídas de membros durante a existência, a tensão era constante entre eles. Joey e Johnny tinham gênios opostos, o vocalista tímido, sensível e as vezes desengonçado contrastava com o guitarrista durão, com punho de comandante e sem papas nas línguas. Entre eles não existia muito camaradagem nos bastidores. Era subir no palco, fazer o trabalho, a grana entrava e depois cada um para o seu lado.

Infelizmente quando se faz algo apenas pela grana, no fundo não é a mesma coisa.

Em 1996 com a turnê do ultimo álbum da banda “Adios Amigos” agendada a banda queria aproveitar o momento para lucrar (é claro), porém Joey, que já havia descoberto que estava com câncer, estava debilitado forçando a banda a cancelar vários shows, principalmente na America Látina. Sem show = sem grana. A tensão foi tão forte que acabou virando um dos grandes estopins para o fim da banda.

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Grant Hart

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Em um domingo ameno e sem graça na cidade de São Paulo, onde todos só pensavam em The Offspring e Rock in Rio, quem diria?

O baterista da minha banda favorita de todo os anos 80 estaria aqui na minha cidade, lugar onde eu moro, tão longe de Minessota, tão longe de tudo o que eu escuto.

Grant só não apareceu de surpresa pois eu já ouvia boatos de um show aqui e de graça. Cheguei não tão cedo quanto queria, esperava nem conseguir meu ingresso, que se pegava uma hora antes do show. Mas para minha felicidade cheguei bem na hora, na hora exata que ele também estava chegando em uma van preta, eu olhei de relance por olhar, e cá estava ele também olhando quem chegava, fiquei na duvida se era ele mesmo, mas foi coisa de um segundo, acenei e ele retribuiu.

Corri para dentro para pegar a fila, haviam poucos lá, muitos com seus velhos vinis do Hüsker Dü, na hora bateu o arrependimento de não ter pego pelo menos um cd para ele autografar. Algo que passou quando comecei a trocar ideia com o pessoal do fila.

Enfim, Grant desceu da van, já seguindo por alguns esperando o autografo, que logo se ficaram mais calmos quando descobriram que haveria recepção.

Que realmente aconteceu, já na fila para entrar no show, ele apareceu novamente, muito simpático, se sentou em uma mesinha, fez piada e o pessoal fez fila. Enquanto aquele pequeno punhado de fãs entrava em formação, tudo que eu sentia era desespero:

–   Que merda, ela vai autografar mesmo, eu preciso de um cd do Hüsker Dü , agora!

Saí do local correndo, mas só via lojas fechadas, claro, era domingo, e ainda por cima, cds do Hüsker Dü ,tão difíceis de achar, já havia até descartado a chance de encontrar algo da carreira solo dele.

Desencanei, não sabia quanto tempo iria durar a recepção, aceitei minha cagada e entrei na fila, pelo menos ele assinaria meu ingresso, melhor que nada.

Ajudei a tirar uma foto de fã para os dois caras da frente, o rapaz estava tão nervoso que ele não conseguia segurar a câmera direito para o seu amigo. Tirei a foto numa, o Grant fez piada: “Esse é profissional”.

Um passo a frente e engoli meu nervosismo, estar de frente com um baterista que espirou uma caralhada de bandas, como Foo Fighters e até Green Day, que fez história, mesmo fadado ao cenário underground. Ele estava lá na minha frente.

Cheguei e falei:

–   Hello Grant, nice to know you.

Ele respondeu:

–  This guy was here since i got here. (mencionando quando nos vemos do lado de fora).

E eu falei:

– Yeah, i saw you.

Ele deu um sorriso e respondeu ao assinar o ingresso:

– And I saw you.

Ao entrar no show na galeria Olido, um surpresa: cadeira!

Eu nunca havia entrado lá, e esperava ficar de pé, por mais pop melódico que o Grant era em sua composições ele ainda tinha suas raízes punks/hardcore, um show desses se curtiria se movimentando.

Afirmação minha que seria descartada, quando ele subiu no palco apenas por si só, enquanto eu pensava:

– Ué, quando vão colocar a bateria no palco?

Sem bateria, sem baixo, sem outra guitarra, apenas ele e sua guitarra e uma caixas de som, sozinho pronto para encarar uma plateia que no fundo não conhecia nada de sua carreia solo, ou das outras bandas que esteve.

Começou com “Awake, Arise!”, canção da sua careira solo, e depois cantou uma de minha favoritas de sua banda antiga ”Nova Mob”, “Admiral of the Sea”, mal acreditava que estava ouvindo aquilo ao vivo enquanto era o único que cantava junto ao mesmo tempo que algum canalha atrás da minha cadeira simulava barulhos de ronco até ele decidir finalmente para muitos lá cantar o bom e velho Hüsker Dü com “The Girl Who Lives on Heaven Hill”, canção que levava muita distorção mas que mesmo assim saiu uma beleza sem ela.

Conforme o show desenrolava, foram mais de 20 canções,  regada em maioria clássicos a pedido da plateia cantou ”Diane”, “Don’t Want to Know If You Are Lonely, “She Floated Away’’ e até “Green Eyes”.

Um grande show e ao mesmo tempo pequeno, pois foi para poucos muito felizardos, pois após o show Grant ainda saiu pela porta da frente e ficou mais um bom tempo com os fãs que não tiveram tempo com ele antes. Músicos tomem nota, isso sim é dar atenção aos fãs e não apenas atirar palheta de cima do palco.

 Nota: 4,7/5,0

Os bastidores do Underground pt.8

1990: Antietam, banda de rock alternativo norte americana se aprasentando na casa de show: The Chease.

1988: Green Day fazendo o pão de cada dia em algum buraco na California.

1988: Banda de pop punk norte americana, Screeching Weasel com sua nudez no boliche.

1983: Mais um show comum da banda de hardcore norte americana de Minnesota: Hüsker Dü

1991: Londrinos curtindo uma apresentado do The Seers.

Gobblehoof – Freezeburn (Review)

De vida curta, a banda apenas lançou um álbum: FreezeBurn, produzido pelo gênio maluco das guitarras distorcidas do Dinosaur Jr, J Mascis, que ainda domou a bateria da banda durante as gravações, (alias um ótimo trabalho, sendo que Mascis estava longe da bateria há quase uma década desde o fim de sua primeira banda “Deep Wound”). A banda também carregava consigo outro antigo membro do Deep Wound: Charlie Nakajima, agora retornava aos vocais.

Partindo de primeiras ouvidas, surpreendentemente a sonoridade da banda passa longe de qualquer coisa relacionada ao rock indie do Dinosaur Jr. Tudo é muito mais pesado em relação…bem a tudo. O som é mais puxado para o grunge e o metal, claro impossível uma banda  de rock não sofrer nenhuma influência de Seattle nesta época, mas mesmo assim surpreenderia qualquer seguidor do Mascis.

Vocais pesados que lembram um hibrido de Iggy Pop misturado com Nick Cave e Melvins, reforçam o aspecto pesado do trabalho, realmente gostaria de saber que fim levou  Charlie Nakajima, pois a voz dele era realmente uma raridade.

Álbum pesado logo guitarras pesadas, solos excepcionalmente em quase cada canção não importando sua duração,tudo perfeitamente alinhado para  fazer o gosto de qualquer headbanger que esteja pronto para conhecer mais uma banda que ficou esquecida nos anos 90.

Melhores faixas: Sintax, Nomad Lust, Seed, Death e Headbanger (Windshield).

Nota: 4,1/5

Gobblehoof – Headbanger (windshield) (1992)

Gobblehoof – Sadist (1992)